Oxóssi, como se sabe é o Orixá das Matas. É também chamado de Odé Maior. Os dias de Oxóssi na Umbanda, são os dias de quartas-feiras. Nas quartas-feiras o astro dominante é o Planeta Mercúrio. O Anjo Celestial que protege as Horas de Mercúrio e, portanto, de Oxóssi, é o anjo Rafael. As horas planetárias de Mercúrio, isto é, as horas em que na Umbanda deverão ser feitos os trabalhos ou oferendas de maior eficiência para Oxóssi, são:
Horas diurnas: Primeira e oitava hora, após o nascer do sol.
Horas noturnas: Terceira e décima hora, após o por do sol.
Nas quartas-feiras também na Umbanda giram Iansã e Jurema.
O local apropriado para os despachos ou para os trabalhos destinados a Oxóssi é a mata (o interior da mata) que, como se sabe, por ter os vegetais, é também influenciado pelo Orixá das folhas.
Cinco tipos de oferendas a Oxóssi:
Primeira oferenda: Esta oferenda constará de 7 (sete) charutos, 7 (sete) caixas de fósforos, uma garrafa de vinho tinto, uma folha de papel de seda branco e outra de papel de seda verde.
Para se fazer esta oferenda, procede-se da seguinte forma:
Numa clareira, no meio da mata, coloca-se aberta no chão, a folha de papel de seda branco e, por cima dela a de papel de seda verde;
Em cima dessas folhas de papel, coloca-se, lado a lado os 7 charutos e as 7 caixas de fósforos, devendo-se antes, cortar as pontas dos charutos e tirar um palito de cada caixa de fósforos e que se deixará junto à mesma;
Isto feito, derrama-se parte do vinho tinto em volta da Oferenda, deixando-se o resto na própria garrafa e colocando-se a garrafa ao lado de tudo.
Obs: É importante não se esquecer de que, sendo Ossãe o Orixá das folhas, deverá, antes de se fazer a Oferenda a Oxóssi, fazer-se uma homenagem a ele, acendendo-se uma vela comum, branca, de cera, logo ao se penetrar a mata.
Segunda oferenda: Ao entrar na mata, ou seja, na orla da mata, acende-se uma vela branca, comum, de cera, em homenagem a Ossãe e pede-se a esse Orixá das folhas, licença para se entrar na mata e se fazer uma Oferenda a Oxóssi. Esta Oferenda constará de 3 (tres) charutos de boa qualidade, uma caixa de fósforos, uma garrafinha de mel, uma garrafa de vinho tinto, papel de seda verde e ramos de oliveira (árvore da azeitona).
Deverá ser esta Oferenda armada da seguinte forma:
No chão, em uma clareira no interior da mata, estende-se a folha de papel de seda verde;
Em cima do papel, coloca-se o vinho tinto servido em um copo branco, liso, virgem, deixando-se a garrafa ao lado;
Acende-se os charutos, colocando-se os mesmos em volta do copo e da garrafa de vinho tinto, formando um triângulo;
Cerca-se tudo com ramos de oliveira;
Finalmente, circunda-se a Oferenda derramando- se o mel em volta de tudo. Isto feito, então, faz-se a Oferenda, ou melhor, faz-se a Oferenda a Oxóssi, pedindo-se o que se quer ou necessita (se íôr um voto) e agradecendo-se o que se conseguiu, (se íor uma promessa).
Terceira oferenda: Como já foi dito, acende-se, na orla da mata, uma vela de cera, branca, comum, em homenagem a Ossãe e se pede licença a esse Orixá para se fazer uma oferenda a Oxóssi. Depois, então, faz-se o seguinte:
Numa clareira, no interior de uma mata, estende- se no chão, uma folha de papel de seda branco e, por cima, uma de papel de seda verde;
Em cima dessas folhas de papel de seda, coloca- se um arco e uma flecha (miniaturas);
Rodeia-se com 7 (sete) copos lisos, brancos, virgens, cheios de vinho tinto, cuja garrafa deverá ficar vazia (não é necessário, na verdade, encher-se os copos totalmente, mesmo porque, assim, uma garrafa só de vinho não seria suficiente);
Ao lado de cada um desses 7 (sete) copos, coloca-se 1 (um) charuto (são 7 charutos ao todo), devendo os charutos serem colocados acesos;
As velas deverão ser colocadas formando um triângulo;
Depois de tudo isso, circunda-se o trabalho com mel;
Após tudo isso, faz-se a entrega da Oferenda a Oxóssi, pedindo-se o que se quer ou necessita, se fôr um voto ou agradecendo-se o que se conseguiu, se fôr pagamento de uma promessa.
Quarta oferenda: Como nas demais, ao se entrar na mata, acende-se, na orla, uma vela de cera branca, comum, em homenagem a Ossãe e se pede a esse Orixá das Folhas, licença para se fazer a Oferenda a Oxóssi. A seguir, faz-se o seguinte:
Bem ao pé de uma árvore grande, bem copada, acende-se uma vela de tamanho grande;
Ao lado, servido num copo branco, liso, virgem, coloca-se um pouco de vinho tinto, deixando-se o que sobrar, na própria garrafa, ao lado da Oferenda, um pouco afastado, porém;
Isto feito, cerca-se o tronco da árvore, derra- mando-se mel;
Faz-se, então, o oferecimento, pedindo-se o que se quer ou necessita.
Quinta oferenda: Homenageando-se, antes, a Ossãe, com uma vela acesa na orla da mata e pedindo- se licença a ele, faz-se, numa clareira, no interior de uma mata, o que se segue:
Em 3 (tres) lugares diferentes, próximos um do outro, acende-se e oferece-se 3 (três) charutos de boa qualidade, fazendo-se isso de modo a que seja formado um triângulo. Feito isso faz-se o pedido (se for um votò) ou o agradecimento (se fôr uma promessa que se está pagando). Ao se fazer qualquer oferenda a Oxóssi, é lógico, que se terá de fazer a saudação a ele. Assim, para conhecimento de meus estimados irmãos, direi que a saudação a Oxóssi na Umbanda é: Okê Bambi ô crim! No Angola, porém, a saudação a Oxóssi é a seguinte: banda coquê Odê maior, oquê arô. Qualquer uma das duas serve. Poderão ser feitas indiferentemente.
Nas oferendas a Oxóssi poder-se-á, entre outras, proferir as seguintes palavras:
Okê bambi ô crim! salve Oxóssi! (ou então: banda coquê odé maior, oquê arô!) Peço-vos que aceiteis esta humilde oferenda deste vosso filho e que intercedais junto a Oxalá e a Zambi maior, para que eu consiga (aí, então, diz-se o que se quer ou necessita). Isto, no caso de ser um voto. No caso, porém, de ser o pagamento de uma promessa, em vez de se pedir, diga- se: agradeço-vos, grande Oxóssi, por me terdes alcançado o que vos pedi. Okê bambi ô crim! salve Oxossí!